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A literatura colonial e o confisco do imaginário

Author
  • Rita Chaves (Universidade de São Paulo)

Abstract

Na chamada literatura colonial o tratamento dado ao espaço e aos personagens encerra contradições essenciais na configuração do ponto de vista dessa produção integrada ao projeto de expansão do império português. Autores como Maria Archer, a despeito de sua intenção de promover o conhecimento dos povos invadidos, apenas reiteram uma visão que, retira ao colonizado a possibilidade alguma inteireza. Apenas a contraposição à “biblioteca,” montada nos séculos da dominação permitiria aos escritores africanos contracoloniais reverter o confisco da humanidade que o colonialismo e sua escrita processaram.

In the so-called colonial literature the treatment given to space and characters contains essential contradictions in the configuration of the point of view of this production integrated in the project of expansion of the Portuguese empire. Authors such as Maria Archer, despite her intention to promote knowledge of the invaded peoples, only reiterate a view that removes from the colonized the possibility of any completeness. Only the counter position to the “library,” set up in the centuries of domination would allow African countercolonial writers to reverse the confiscation of humanity that colonialism and its writing processed.

Keywords: Literatura colonial, Espaço, Personagem, Império, Resistência, Colonial literature, Space, Character, Empire, Resistance

How to Cite:

Chaves, R., (2022) “A literatura colonial e o confisco do imaginário”, Portuguese Cultural Studies 7(2). doi: https://doi.org/10.7275/mcjx-wm27

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05 Feb 2022